A prática de tankendori é de extrema importância para quem quer saber defender-se em situações mais perigosas. Contudo, nem todas as técnicas de defesa contra ataques com o punhal e nem todos os ataques praticados dentro do dojo, poderão ser aplicados numa situação real.
Os princípios, esses sim, poderão sempre ser aplicados contra ataques com ou sem punhal numa situação real.
As técnicas aqui demonstradas são apenas para estudo e não para uso na rua. É desaconselhado a prática destas técnicas sem um instrutor capacitado, de preferência com a graduação de 3º Dan ou superior.
Qualquer acidente que possa resultar da prática desta técnica e de outras futuramente demonstradas, sem supervisão não é da responsabilidade da APASD ou do instrutor que as demonstra neste blogue.
Demonstramos em seguida a prática da técnica de Dento Iwama Ryu Aikido, tachi waza yokomenuchi daigokyo ura. Sendo que a técnica de omote waza é perigosa para quem se defende - e logo desaconselhada - não demonstraremos a técnica omote. "
Gokyo é só para ser feito em urawaza" dizia Morihiro Saito Shihan.
Como todas as técnicas de Aikido Tradiconal de Iwama (Dento Iwama Ryu), começamos a prática com uma etiqueta apropriada. Uma vénia a 20º é a adequada para iniciar qualquer estudo de técnicas marciais com um parceiro.
Esta vénia deve ser feita com um maai afastado, mantendo assim um estado constante de zanshin.
Seguidamente os praticantes afastam-se colocando um maai adequado à prática desta técnica.
O aité começa com o ataque de yokomenuchi.
Nota: A prática correcta de qualquer técnica de Aikido dependerá sempre de um ataque correcto. No início do treino os ataques devem ser feitos devagar de forma a que ambos os parceiros corrijam a sua respectiva técnica: a de atacar e a de defender. À medida que o treino progride, ou depois do professor indicar, poderão começar a treinar com mais intenção e espírito. Só assim poderão os dois parceiros desfrutar de um treino de Aikido de forma completa. Só assim dois parceiros, mesmo com níveis de prática muito diferentes poderão treinar seriamente e com proveito mútuo.
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O aité dá um passo para a frente e ataca com um ataque lateral
à cabeça do parceiro (yokomenuchi komi). |
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O defensor baixa as ancas, harmoniza com o seu ataque e desliza
na diagonal para a frente fora da linha de ataque. Ao mesmo tempo,
neutraliza o ataque do aité com o seu tegatana direito (ou bloqueia se
já estiver atrasado o seu movimento) e, com a mão esquerda, desfere um atemi
à cara/garganta do aité.
Nota: é importante estudar o ponto de controlo do braço do aité que ataca ou o seu punhal
poderá cortar o braço que bloqueia. O angulo de embate do nosso tegatana contra o seu braço
também deve ser estudado em detalhe. |
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Se as ancas estiverem altas, a força do ataque do aité poderá derrubar-nos.
"Baixar as ancas é importante para todas as técnicas de aikido," disse Morihiro Saito shihan. |
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Agarrar o pulso esquerdo do aité com a nossa mão esquerda.
O Kuden* de O'Sensei, vem de seguida a ter muita utilidade, conforme nos ensinou Saito Sensei:
"...para gokyo, colocar o polegar no interior do pulso!"
Nota: Manter o zanshin ao agarrar o pulso do aité com a mão esquerda. Se nos esquecermos da outra mão de aité e nos
concentramos unicamente no agarrar do pulso, será difícil defender um contra-ataque do aité. |
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Juntar o dedo grande do nosso pé direito com o dedo grande do pé
esquerdo do aité e, ao mesmo tempo, empurrar o seu braço num grande movimento,
para a sua frente e para o lado esquerdo.
Nota: é importante manter sempre os braços esticados durante a execução da técnica.
Verificar que o agarro do pulso do aité esteja bem feito pois a ponta do punhal
deve estar virada para fora, longe da nossa cabeça e corpo. |
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Dar um grande passo girando no pé direito, para fora e à volta.
Este movimento irá desequilibrar o adversario para a frente e para baixo.
Nota: não esquecer de exercer pressão igual com ambas as mãos, no pulso
e no cotovelo do adversário. Este movimento não é um movimento de puxar, mas sim
de empurrar de uma forma redonda. O braço do parceiro deve sempre ser mantido a uma
distância adequada do nosso corpo, para evitar que a sua arma nos corte em caso do braço escapar. |
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Depois do aité cair no chão de barriga para baixo, devemos manter o
joelho esquerdo em cima (tachihiza), empurrando o seu braço para cima da
sua cabeça. A mão que agarra o seu cotovelo deve continuar a empurrar o seu braço
contra a nossa perna e também para baixo. Depois do braço estar controlado, a mão que estava no pulso,
desliza para cima e agarra a sua mão. |
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Comprimir a mão do parceiro para baixo. Esta pressão irá causar dor no adversário
que o fará largar o tanken.
Nota: nunca puxar o punhal pela lâmina. Mesmo quando se pratica com um
tanto de madeira, deveremos sempre praticar como se fosse um punhal verdadeiro.
Notar que a lâmina se encontra afastada da perna e que a ponta se encontra virada para baixo. |
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Retirar o punhal para fora e para baixo num movimento seguro e redondo. |
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Colocar o punhal no chão do lado de fora, longe do alcance da sua outra mão
e proceder a amarrar o adversário.
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Levantar-se primeiro sempre agarrando firmemente a mão do aité.
Só depois de estar de pé é que deveremos largar a sua mão.
Mesmo que seja durante um treino, deveremos sempre manter o estado
de alerta e colocarmo-nos em posição de vantagem em relação ao adversário. |
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Dar um passo para trás e manter o zanshin, olhando para o adversário,
atento a outro possível ataque.
Deixar o tanken no tatami ao lado do parceiro, para assim ele poder atacar de novo com a outra mão. |
É importante saber agarrar correctamente o tanken. O tanken é um punhal. Como tal o tanto de madeira deve ser agarrado tal como se agarrasse um punhal. Receber instrução oral sobre a forma correcta de agarrar o tanken do vosso professor.
*Kuden: 口伝: instrução oral. 口: boca (kuchi). 伝: transmitir, comunicar (den)
Tori: Tristão da Cunha, 7º Dan
Uke: Luis Gomes, 3º Dan
Fotografia: Filipe Martins