O António Dente - no lado direito - Secretário da APASD a treinar com o Miguel Plantier, no estágio de Verão em Campilhas |
De 2 a 20 de Setembro estive na cidade de La Habana em Cuba
para dar um Seminário de Aikido. Fui acolhido pelo Sensei Jorgito (terceiro dan
de Aikikai) e seus alunos do dojo Morihiro Saito do bairro Cerro em La Habana.
Hospedaram-me numa humilde casa no bairro Víbora e durante 18 dias praticámos
diariamente cerca de 3 horas bukiwaza e taijustu. Foi uma estreia para ambos os
lados, era a primeira vez que eu estava na posição de instrutor, como era para
eles a primeira vez que recebiam um estrangeiro da escola de Iwama Ryu. Sensei
Jorgito é o responsável pelas aulas e criação do único dojo autonomeado de
Iwama Ryu. Após ter estudado Aikikai com o seu fiel companheiro Piri em outros
dojos de La Habana, Sensei Jorgito, decidiu começar a estudar, vendo os vídeos
a que teve acesso, a técnica e metodologia de Morihiro Saito Sensei. Sensei
Jorgito disse-me que começou a ver uma abissal diferença entre o estilo de
Saito Sensei e o estilo de Aikido que praticava nos dojos de Aikikai. A essa
diferença, apercebeu-se mais tarde, chamava-se Iwama Ryu. Após anos de
observação dos vídeos (principalmente os dos anos 70 e 80) de Saito Sensei a
que teve acesso, Sensei Jorgito decide, em 2005, abrir o primeiro dojo de Iwama
Ryu Aiki Shuren Kai de Cuba. Chamou-lhe “Dojo Morihiro Saito”, com o subtítulo:
“El Tiemplo dela vida”.
O admirável trabalho e dedicação de Sensei Jorgito
conta agora com um fruto maduro: 8 anos de existência de um dojo próprio com as
práticas de Bukiwaza e Taijustu e cerca de 20 alunos regulares.
Como sabemos, com o tempo, Sensei Jorgito sentiu necessidade de ampliar o seu conhecimento e entrou em contacto com outros mestres de Iwama Ryu. Obteve resposta e ajuda de Portugal através do meu Mestre Tristão da Cunha. Primeiro, o meu Mestre começou por enviar vídeos com técnicas gravadas e alguma da etiqueta fundamental - num desses vídeos, o meu Mestre apresenta um praticante que estava, na altura, em regime uchideshi em Lisboa: Victor Detrez (shodan na quele tempo, atualmente nidan) que acabou por ser o meu colega de seminário na minha última semana – depois, passados meses, o meu Mestre, após ter debatido a situação com o nosso Sensei Hitohira Saito, deu luz verde, a mim e ao Victor, para darmos um seminário em Cuba.
Como sabemos, com o tempo, Sensei Jorgito sentiu necessidade de ampliar o seu conhecimento e entrou em contacto com outros mestres de Iwama Ryu. Obteve resposta e ajuda de Portugal através do meu Mestre Tristão da Cunha. Primeiro, o meu Mestre começou por enviar vídeos com técnicas gravadas e alguma da etiqueta fundamental - num desses vídeos, o meu Mestre apresenta um praticante que estava, na altura, em regime uchideshi em Lisboa: Victor Detrez (shodan na quele tempo, atualmente nidan) que acabou por ser o meu colega de seminário na minha última semana – depois, passados meses, o meu Mestre, após ter debatido a situação com o nosso Sensei Hitohira Saito, deu luz verde, a mim e ao Victor, para darmos um seminário em Cuba.
O António da ensinar em La Habana |
Parti com uma lista de técnicas a ensinar debatida com o meu Mestre. As minhas aulas foram dadas entre os dias 3 e 12 de Setembro, dia em que chegou o Victor e a responsabilidade das aulas passou para ele; aulas que acompanhei até ao dia da minha partida (20-Set.). Em anexo descrimino o número de alunos presente, a hora e duração da aula e as técnicas lecionadas das minhas aulas.
Cuba é um país pobre onde se encontram situações de subdesenvolvimento. No entanto, fui positivamente surpreendido pela gente que lá me recebeu. Humildes, educados, atentos divertidos, amáveis e dedicados, Sensei Jorgito e seus alunos ouviram-me como a um mestre e acolheram-me como a um irmão, em verdade, nos últimos dias disseram-me que eu me tinha tornado um cubano. Quando, já no fim da minha estadia, alguns dos praticantes me perguntavam se a sua técnica estava boa para ser considerada Iwama Ryu, eu respondi-lhes que isso não era o importante, disse-lhes que o importante era a sua vontade e dedicação.
Não
tenho autoridade para dizer a partir de que momento um dojo possa passar a ser
considerado Iwama Ryu, mas é-me impossível, depois da forma como me acolheram,
não considerar, a gente de Cuba do dojo Morihiro Saito, meus colegas e irmãos
da escola e família que justificou a nossa união: Iwama Ryu. Para mim eles
fazem parte do Aikido de Iwama.
A eles, um forte abraço e sincero agradecimento.
A eles, um forte abraço e sincero agradecimento.
António Maria Dente, Lisboa, 24-09-2013