segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Atemi waza. Tsuki waza/ te waza. Ushiro ryokata dori aiki otoshi/ashi otoshi

 A última técnica proposta neste conjunto de formas para treinar o tsuki waza é o Aiki Otoshi/Ashi Otoshi.

- Uke agarra ambos os ombros de tori por detrás, com a posição de migi hanmi. Tori também se encontra em migi hanmi, para um treino básico.

- Tori rapidamente olha para trás para discernir a posição do uke.

- Tori baixa as ancas e dá um passo com o seu pé direito para trás e para o lado direito, na diagonal, saindo fora da linha de ataque e desequilibrando o uke para a direita, assumindo a posição de kenkagoshi.

- Tori dá um passo para trás do uke com o seu pé esquerdo.

- Tori aplica um atemi com a mão direita ao pé direito do uke, usando "oniken" (conhecido no karate como "nakadaka ken").

Oniken ou nakadaka ken


 - Tori empurra as ancas contra as pernas do uke, agarra ambos os joelhos um   pouco por detrás pressionando-os um contra o outro.

- Tori empurra as suas ancas para a frente ao mesmo tempo que 'atira' os joelhos do uke para fora e um pouco para cima.

- Mal o uke caia, tori envolve o braço direito do uke com o seu braço esquerdo e aplica a pressão rokyo contra o cotovelo. 

- Quando o uke se torcer para fora com a dor do rokyo, tori imediatamente coloca o seu joelho direito em cima das ancas do uke (irá depender do tamanho do uke e do tori), para impedir uma joelhada ou pontapé.

Tetsui uchi
 - Tori aplica um atemi final ao plexo solar do tori, com tetsui uchi, com a intenção de quebrar o apendix xifoideu.





Dicionário:

Kenkagoshi: kenka= luta; goshi/koshi= ancas. Ancas de luta

Otoshi: deixar cair, cair

Tetsui uchi: tetsu: ferro; tetsui= 'martelada'; uchi= pancada

Dicas:

É importante que o agarro 'ryokata dori' do uke seja correcto ou a técnica deixa de ter sentido. Ambos os ombros devem ser agarrados de lado e pressionados um contra o outro, de forma a impedir que o tori mova os braços para trás ou para a frente.

Ao sair fora da linha de ataque, é importante que o tori enrole os braços à volta do seu corpo, assumindo a posição de "kenkagoshi".

Ao dar um passo para trás do uke, é importante que o tori baixe muito as ancas, dobrando os joelhos.

Ao aplicar atemi contra o pé direito do uke, é importante que o tori se proteja de uma joelhada colocando e pressionando o seu joelho contra a perna direita do uke.

O professor irá ensinar o local para aplicar o atemi, mas também podem experimentar com os parceiros durante o jyu keiko.

Saber conjugar o movimento das ancas com o movimento de 'atirar' os joelhos do uke é essencial.

É muito importante saber acabar a técnica correctamente e, por isso, devemos aprender a aplicar bem o rokyo.

É importante manter sempre controle completo do corpo do uke, de forma a que não possa haver um contra ataque.

O atemi final, ao apêndice xifoideu, irá utilizar o tetsui uchi para quebrar este osso. Ao quebrar-se, o osso irá perfurar o diafragma com a possibilidade de também perfurar o fígado, resultando numa hemorragia letal. 

A forma mais suave deste atemi - ao plexus solar - irá fazer com que o diafragma pare e que seja difícil respirar, o que fará com que o adversário pare o seu ataque. 

Se se sofrer acidentalmente um destes ataques, deveremos inspirar profundamente e descansar.


 Apêndice xifoideu Link aqui


Saito sensei aplicando aplicando atemi ao pé
com oniken. 
Traditional Aikido, Vol IV, pag 115



Tori: Tristão da Cunha, 8º Dan
Uke: Gil Vargas, 3º Dan
Filmagens: Rui Pessoa Pires
Fotografias: Tristão da Cunha. Participaram: Gil Vargas

Não praticar sem a presença de um professor.
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