sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Auld Lang Syne e FELIZ ANO NOVO!



Um novo ano vem ai e este acabou, definitivamente.
O final deste ano passei-o com a minha família, conhecendo as idades novas dos meus pais e dos meus irmãos (pois não seremos sempre pessoas diferentes e novas cada ano que passa?), vivendo as suas vidas. Este foi a minha última prática importante do ano, e foi boa e foi perfeita.
Sensei uma vez disse que o Aikido é uma grande família. Que todos éramos uma família. Sinto isto constantemente. Sinceramente! Mas pergunto-me se todos nós realmente nos ligamos à nossa família com a importância que nos ligamos aos amigos. Sei que muitos somos assim e gosto de ver isto.
Ao estar com todos os membros da minha família diverti-me ao ouvir as suas gargalhadas, ao ouvir as suas piadas, as suas histórias. Sendo uma família sempre virada para uma risada rápida e contagiante, foi impossível ter um momento de tristeza e de solidão. A união de todos nós á volta dos nossos pais sente-se, vive-se. Isto tudo nasceu em nós pelo bom cultivo dos nossos pais. Foram realmente bons agricultores de almas. Digo isto ao ver os frutos preciosos que são os meus irmãos e as suas famílias.
Ao acabar este ano, acabo contente por eles e por todos os que assim o são, pelo menos como nós - ou talvez ainda melhores - e mais alegres.
Vi a união não só de todos à volta dos nossos pais mas, ainda e principalmente, vi a união nas próprias famílias. Dentro da chamada família nuclear. Estas famílias começam com o marido e a mulher. Esta união tem de ser baseada na paixão e, sem dúvida alguma, no surgimento de uma grande e inquebrável amizade. Se assim for, os filhos nascerão radiantes, cheios de alegria e serão exemplos para os seus amigos.
Estaremos todos nós neste caminho? Ao estudar a Via do Aiki aflijo-me sempre por alguns dos meus amigos pois nem sempre os posso ajudar a encontrar caminhos alegres, honestos e seguros.  Quero gritar a todos: “Olhem para a Via. Estudem! Abram os olhos!” Não, não é fácil falar nem escrever isto pois sendo eu humano que segue também o estudo do Aiki, sei como é difícil. Mas uma coisa é certa, o apoio mútuo entre amigos, a amizade com o seu par e com os demais faz parte da Via.
No final do ano é costume em muitos países limpar toda a casa e deitar fora tudo o que é velho, arrumar tudo para começar de novo. Quando existem zangas, infelicidades, corações partidos, amores não correspondidos, desejos não alcançados, devemos também deitar tudo fora e recomeçar de novo. Não devemos deixar rancores, mas devemos acertar os pontos e clarificar as situações, decidindo como recomeçar ou começar tudo de novo de uma forma livre e completamente diferente.
Ninguém é responsável pelos nossos insucessos, só nós somos.
Ninguém é responsável pelos nossos erros, só nós somos.
Ninguém é responsável pelas nossas ofensas, só nós somos.
Ninguém é responsável pela nossa alegria, só nós somos.
Ninguém é responsável pelo nosso futuro, só nós somos.
Como morreremos depende de nós nãos dos nossos pais, dos irmãos, da família, da mulher ou do marido, ou até dos amigos. Morrer com dignidade não é fácil. Morrer com honra é difícil. Este ano que morre, como morre? 
O caminho que eu escolhi e que muitos de vocês escolheram chama-se Aikido. Este caminho é tão simples como difícil. Se o consideraram só como prática e técnica, estão longe e seguiram por atalhos que não vão dar a nenhum lado. Cada prática e cada técnica ensinam-nos a harmonia necessária, a educação requerida, o amor (energia) a ser dispensado.
Na Escócia existe uma canção que se espalhou pelo mundo inteiro e é hoje conhecida por todos os ouvidos, por milhões de pessoas. Esta canção chama-se Auld Lang Syn  e vem de um poema escrito no século em 1711 por James Watson e depois acrescentada em 1788 por Robert Burns, acompanhado por musica folclórica. Pode ser traduzida como “Long Long Ago” e em Português é conhecida como “A Canção do Adeus”.
Basicamente trata-se de uma canção de separação. Esta separação, contudo, irá manter as boas memórias, os bons momentos, irá manter a amizade. Acabemos este ano assim.
Pequeno excerto:

Old Long Syne
Bons e velhos tempos

Should auld acquaintance be forgot
Deve um antigo conhecido ser esquecido
And never brought to mind?
E nunca trazido à mente
Should auld acquaintance be forgot
Deve um antigo conhecido ser esquecido
And days of auld lang syne?
E os bons e velhos tempos?

For auld lang syne, my dear,
Pelos bons e velhos tempos, meu caro
For auld lang syne,
Pelos bons e velhos tempos
We'll take a cup o' kindness yet
Ainda beberemos um copo de bondade
For auld lang syne. 
Pelos bons e velhos tempos

And here's my hand my trusty frien',
E aqui está a minha mão meu fiel amigo
And gie's a hand o' thine;
E dá-me essa tua mão
We'll take a right gude-willi waught
E tomaremos um copo cheio de de boa-vontade,
For days of auld lang syne. 
Pelos bons e velhos tempos


!Feliz Ano Novo!