terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

KANGEIKO 2015~2016 no SAITO AIKIDOJO - do Mestre António Miguel Serra


O estágio de inverno em Vila Nova de Santo André é sempre um estágio esperado durante o ano. Normalmente fazemos o Kangeiko no mês de dezembro, um pouco antes do Natal. Contudo, neste ano a Alemanha convidou Sensei para ensinar num estágio justo na data que estava marcada desde 2014 e promissor tivemos de mudar para o início de Janeiro.

A chuva acompanhou o estágio inteiro mas não fez diferença pois tanto a prática de buki waza como de taijutsu, pode ser praticada baixo tecto.

Este ano o estágio concentrou-se na prática de duas técnicas: shiho nage e koshi nage.
O shiho nage costumava ser ensinado aos principiantes logo após serem introduzidos ao ikkyo, uma vez que a sua base era e é, o ken. Tal como o ikkyo, esta técnica também tem a prática com a direção omote e a direção ura. Foram várias as formas de prática desta técnica: katate dori, kosa dori, sode guchi dori, kata dori, muna dori, morote dori (em várias formas), e shoumen uchi. Também treinamos a forma de ryokata dori, que não exige que o tori agarre nenhuma parte do corpo do uke. Como forma interessante de prática, o mestre pediu a cada grupo que também treinasse segurando uma bola para simbolizar um sanbo. Morihiro Sensei ensinou que esta técnica era utilizada quando os samurai, ao transportarem com reverência algo como a  genealogia dos seus amos em cima de um sanbo, eram atacados. Sem baixar a genealogia abaixo do estômago, eles defendiam-se com esta técnica, projectando o atacante. O mesmo poderia ser aplicado se eles estivessem amarrados e, arranjando uma oportunidade para fugir, mesmo com as mãos, amarradas projectavam os inimigos e escapavam.a

A prática de koshi nage, por causa das projeções, é uma das técnicas que os alunos menos gostam de fazer. Sendo também uma técnica muito forte e também muito útil contra vários atacantes, deveria ser mais praticada do que é. Mesmo assim, antes deste keiko acabar, com o cançasso que sempre causa a prática continua duma técnica e desta em especial, houve pequenas luxações - nada de mal felizmente - e no final o mestre pediu a todos para nada projectarem mais. A parte principal desta técnica é saber carregar o peso do parceiro em cima das ancas. A partir daqui, o resto da técnica é bastante simples e o parceiro pode, com as variações, ser projectado em várias direções. Tudo isto foi estudado, assim como os exercícios que fazem parte desta técnica, que Morihiro Sensei desenvolveu. Com a aprendizagem dos kuden e a sua aplicação à realidade das técnicas, a aplicação de qualquer koshi nage torna-se mais simples.

No recinto de futebol de salão, também praticámos ken suburi, zengo giri, shiho giri e happo giri. Havendo muitos principiantes, não foi conveniente continuar com práticas mais avançadas de ken.
Neste mesmo recinto, e porque se fazia escuro, estava criada a atmosfera ideal para a prática de ninja no waza, arte ensinada por Morihiro Saito Shihan.

Como sempre o acolhimento que o mestre António Serra e o seu dojo dá a todos os grupos por igual é de louvar, o que faz todos sentirem-se em casa, relaxados e contentes. Muito obrigado mestre António Serra.

Participaram neste estágio os seguintes dojos: Saito Aikidojo, Takemusu Aikidojo, Kami Aikidojo e Honbu dojo. Um grande bem haja pela vossa presença!

Depois do estágio o mestre partiu para Estremoz, onde iriam chegar o Andres Rosende, aluno do mestre José Veiga que se ofereceu para cuidar da quinta na ausência do mestre no Japão e também da pequena burrica oferecida pelo professor Carlos Ricardo e seu aluno Paulo. Tudo correu como esperado e todos chegaram bem, sem problemas alguns.